Hall de entrada

Se eu começar dizendo que Nanomon virou dados, assim como todos os digimons, ou em sua maioria, virariam se fossem destruídos, ficaria algo bastante monótono. De qualquer forma, é obrigatório, mas acho que você já sabe o que aconteceu com aquele digimon mecânico infeliz. Parecia que tudo tinha, finalmente, acabado. No entanto, havia mais uma coisa pra fazer. Sim, se lembra do Impmon? Claro que sim. Então, se lembra que o Nanomon, o mesmo que acabara de ser destruído, fez seu último holograma e que era um Gryzmon? Pois é. A batalha de Impmon vs. Gryzmon ocorria proximamente de nós, ao lado praticamente.

Olhei para o lado e vi o pequeno digimon demônio caído, cheio de arranhões e ferimentos, aparentemente já derrotado. Gryzmon, completamente programado para tal coisa, avançara para uma corrida contra o corpo do digimon roxeado, visando um golpe final. Entretanto, sua tentativa de investida era interrompida bruscamente. WereGarurumon entrava em um impacto contra Gryzmon, utilizando de seu joelho com espinhos para efetuar uma forte joelhada na altura do queixo de Gryzmon, jogando-o para trás. O digimon lobo caía ao chão de pé depois de pegar impulso para atacar o urso, murmurando:

- Se quiser destruir ele, terá de me destruir primeiro, se conseguir me acertar.

Sem respostas, até porque aquele Gryzmon era apenas um holograma sem falas gravadas, o digimon lobisomem rugia desafiadoramente para seu oponente, mesmo sabendo que este não tinha sentimentos. Posteriormente, Gryzmon começara a correr novamente, desta vez visando um ataque em WereGarurumon, mas era travado por este último, que utilizara de sua mão empurrar fortemente o digimon urso para o lado, deslocando-o de sua corrida. Ele apenas freava o passo, arrastando suas patas no chão para não bater com seu corpo na parede, e voltava a encarar seu oponente.

O embate visivelmente favorecia ao digimon lobisomem, pois controlava qualquer movimento de seu inimigo, revidando de forma agressiva e rápida. Aproveitei da situação da batalha para afastar Impmon do raio de atuação dos dois digimons, para que o pequeno não fosse ferido ainda mais. Portanto, Gryzmon tentara acertar WereGarurumon com o Crescent Dawn, disparando uma esfera de diversos elementos*, que se dirigia com extrema velocidade até o digimon lobo. Este último era atingido pelo ataque, propositalmente, sendo lançado contra a parede, chocando suas costas contra a mesma.

Ironicamente, WereGarurumon ria da tentativa de golpe de Gryzmon, que rapidamente começara a correr contra ele, e apenas esperava seu oponente. Feito isso, o digimon quadrúpede chegara perto do digimon bípede, preparando seu Maul Attack, jogando-se contra WereGarurumon, tentando derrubá-lo e atacá-lo com suas garras, porém o digimon lobo facilmente travava-o com seu Circle Moon Kick. Então, era desferido um forte chute contra a cara de Gryzmon, jogando-o contra uma das mesas de comando, quebrando-a completamente. O choque não ocorria, pois a única mesa que funcionara até o momento era a que fora destruída minutos antes, na batalha contra Nanomon.

Estava tudo encaminhado para o fim, pois, mesmo que Gryzmon acertasse uma grande sequência de ataques em WereGarurumon, não seria possível infligir bastante dano no lobisomem. Assim sendo, o digimon lobo rapidamente disparava seu Fox Fire, na tentativa de incapacitar Gryzmon de movimentar-se, nesse caso, congelando-o. Porém, o digimon urso afastava-se do hálito de alta temperatura, voltando para a batalha. Logo depois, ele corria, mais uma vez, contra WereGarurumon e tentava acertar seu golpe, o Maul Attack, novamente.

Para a felicidade de Gryzmon(Ou não, já que ele é apenas um holograma), o ataque funcionara e o mesmo derrubara o lobisomem, atacando-o com suas afiadas garras, semelhantes a navalhas, causando ferimentos que, de certa maneira, deveriam ser levados em conta. Portanto, ao final do ataque, WereGarurumon impulsionava seus braços contra o corpo de Gryzmon, jogava-o para cima, flexionava suas pernas na direção do urso e desferia um duplo chute contra o mesmo, acertando o estômago dele, aproveitando o impulso para ficar de pé.

Já era para Gryzmon. Já era para ele, pois era seu fim. WereGarurumon cerrava seus punhos, encarando furiosamente seu oponente, semelhante ao que fez com Nanomon, mas desta vez o digimon lobo disparava em alta velocidade contra Gryzmon que, por sua vez, não obteve a mínima chance de desvio, devido a sua lentidão, e era acertado por um combo de ataques. Wolf Claw, Fox Fire e Circle Moon Kick. Com isso, o lobisomem acertara um forte golpe com suas afiadas garras, abrindo algumas feridas profundas no couro de Gryzmon, posteriormente, mediante a distância entre os dois digimons, o hálito de alta temperatura de WereGarurumon acertara seu rival, congelando-o completamente. Em seguida, o digimon bípede ajeitava seu corpo, efetuando um giro com o mesmo para o lado esquerdo e, habilidosamente, desferia um chute com seu calcanhar esquerdo na cabeça do urso, dando um pequeno salto para fortalecer o impacto do chute, reduzindo-o à dados.

Batalha acabada. WereGarurumon aproximava-se de mim e de Impmon, perguntando como estava a situação deste último. Disse que ele ainda estava desacordado, mas que precisaríamos sair dali naquele exato momento, pois, provavelmente, a luz poderia acabar a qualquer instante(Já que a fiação foi seriamente prejudicada pelos computadores quebrados na sala de comando, os quais haviam causado um pequeno incêndio posteriormente) e dificultaria ao máximo a possibilidade de achar alguma saída daquele local. Foi neste instante que me lembrei das imagens de algumas câmeras, que estavam por toda a parte, que Nanomon mostrara para Impmon nas grandes telas da sala de comando. Nessas mesmas imagens, havia uma que mostrava um extenso corredor, diferente do corredor dos quartos e que levava ao campo de batalha, e que possuía uma imensa porta em seu final.

Sabíamos que o corredor não ficara dentro da sala de comando e, por isso, saímos daquele lugar o mais rápido possível. WereGarurumon dera um chute violento na porta da sala, arrombando-a. Logo depois, paramos um pouco para pensar, o que não era a melhor opção no momento, onde aquele corredor poderia estar. Permaneci quieto, olhando para as portas do quarto, quando de repente me veio a ideia de olhar dentro dos quartos, pois os digimons eram apenas hologramas. Pedi para que o digimon lobisomem vasculhasse nos quartos, arrombando as portas que estavam fechadas(Praticamente todas).

Vasculhamos em um, dois, três, quatro quartos da "arena", em alguns segundos, e nada. Estava quase desistindo da ideia de que o corredor poderia estar em algum daqueles quartos, quando, por um golpe de sorte, entramos em um quarto que possuía uma grande porta de aço com um pequeno dispositivo para colocar a senha. Poderia ser a saída daquilo, mas não tínhamos certeza alguma. Olhei para meu digimon, parecíamos conversar mentalmente, e depois olhamos para a, até então, saída. Decidira quebrar o silêncio, proferindo as seguintes palavras:

- É isso ou...

- Ou, possivelmente, ficaremos presos aqui...

- Não, não vamos ficar presos daqui. Sairemos de um jeito ou de outro.

- De qualquer forma, Sr. Hunter, temos de levar o pequeno Impmon para sua casa.

- Mas não sabemos onde ele mora. Ou sabemos?

- O Sr. não deve saber, mas eu sei. É provável que seja no Troya Palace.

- Estamos esperando o que?! Destrua essa porta!

Com alguns fortes chutes em direção passagem, o lobisomem amassava a porta, porém não quebrava-a. O digimon lobo terminava com ataques físicos normais e tentava seu Circle Moon Kick, desferindo um forte golpe com sua perna na porta de aço, abrindo uma grande fenda em seu centro. Logo depois, WereGarurumon alargava a fenda, criada por ele, utilizando de suas mãos, passando por ela e chegando no corredor. Em seguida, corremos pelo mesmo, avistamos a porta e WereGarurumon arrombou-a, dando fim àquela caótica passagem.

Ficamos tanto tempo naquele local que havia esquecido de como era bom viver na natureza, de certa forma. No entanto, isso não valia para a floresta em que havíamos parado. Esta última estava completamente morta e, se houvesse alguma folha, por menor que seja, estaria morta. As árvores, para confirmar, estavam completamente podres e a terra do local, era acinzentada e fétida, além, é claro, da sensação estranha que me passava ao andar cada vez mais para frente. WereGarurumon murmurava algo difícil de entender, a não ser pelo nome que citava: "Troya Palace". Perguntei para o lobisomem se havíamos chegado ao tal lugar, mas o digimon respondia que não e que só estávamos no que seria a "entrada", que era, na verdade, um tipo de cemitério, da tal mansão.

Impmon acordara com um susto. O pequeno era carregado por WereGarurumon, que colocara este em seu ombro direito e segurava-o com sua mão direita. Ele perguntara onde estava e o que acontecera na sala de comando, pois já havíamos saído. Expliquei tudo para ele, enquanto caminhávamos pelo pavoroso caminho. Por fim, o digimon travesso perguntara para onde estávamos indo. Citei a tal mansão e este tomara um susto, rapidamente pulando do ombro de WereGarurumon. Perguntei por que fizera aquilo e o digimon dissera que não queria ir para lá, pois havia fugido do tal lugar. Cessei minhas perguntas. Não queria saber o por que dele ter fugido, já que não era da minha conta.

Tentamos continuar a caminhar até a mansão, mas Impmon parava a caminhada. Ele não voltaria para o lugar de nenhum jeito, parecia estar com algum receio do tal Troya Palace, então não contestei e voltei o caminho. Também não estava com vontade de ir para aquele lugar, até porque o motivo era justamente Impmon e, se este último não fosse, não haveria outra coisa para fazer lá. WereGarurumon perguntara para Impmon para onde o mesmo iria, até porque, se ele não fosse para o Troya Palace, poderia ser escorraçado por outros digimons ainda mais fortes que ele. Impmon dissera que queria se fortalecer, para não ter que passar por a mesma situação de antes futuramente, disse que queria poder. Olhei para o pequeno e juro ter visto os olhos deste brilhar imaginando-se um dos digimons mais fortes de todo o Digimundo. Não me segurei, muito menos me limitei, e perguntei ao digimon se queria se juntar a nós. Sem pensar duas vezes o digimon disse que sim e acabei por apontar meu Xros Loader e, seguindo alguns passos que WereGarurumon dizia, capturei o digimon travesso.